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3 de nov. de 2017

(Poesia) PEDRO LUSO – A Casa de Pedra




      A CASA DE PEDRA
      – PEDRO LUSO DE CARVALHO




Por quanto tempo fiquei ali,
feito estátua, em frente à casa,
entre prédios e palacetes ?

Volto depois de muitos anos
à antiga casa de pedra –
o reino perdido da infância.

Era grande a casa de pedra,
na minha infância tão distante –
palácio de tantos brinquedos.

Ficou pequena, a minha casa
de pedra! Onde a casa de sonhos?
Sumiram juntas, casa e infância?

Lufada de vento oportuna
(sopro de algum anjo perdido)
fez-me entrar na casa de pedra.


Posso, homem de tantos caminhos,
ser de novo aquele menino
dessa casa reino perdido?

Falta-me o fôlego. No peito
garras ferememoção e dor.
Levou o sonho, ave de rapina.





*   *   *




45 comentários:

  1. Visitando, gostei muito do seu blogue, com uma textura muito bonita. Bons temas, lindas imagens, poemas de elevado recorte poético.
    Fiz-me seguidor
    .
    Desta forma e independentemente do tema que, tenho a certeza, numa próxima oportunidade, comentarei com mais detalhe, atrevo-me a anunciar o meu, de de uma amiga (Larissa Santos) blogue afecto à poesia.
    Ainda muito bebé, precisando de ajuda a fim de crescer e poder chegar à idade adulta
    .
    Linke: https://brincandocomaspalavrass.blogspot.pt/
    .
    Querendo, gostaria que nos seguisse e, inclusive fazermos troca de linkes.
    .
    Visite-nos pois esse será o nosso estímulo a fim de cada vez fazermos mais e melhor.
    Desejo um dia feliz

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  2. Um poema muito bonito Pedro. Que me tocou porque também olho muitas vezes para o pedaço de terreno onde vivi minha infância. Não era uma casa e pedra, era uma simples barraca de madeira que desapareceu há muito. Mas guardei nela tantos sonhos, que às vezes penso se não foram eles que a fizeram desabar.
    Abraço e bom fim de semana

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  3. Seja bem vindo na minha casa de pedra
    abraço

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  4. Linda e emocionante poesia! Quando retornamos às casas da infância, ficam pequenas! Mas isso não é problema ! O grande é perder os sonhos!!! Isso é fooooooooooooogo! abração,chica

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  5. Bom dia
    Poema lindo demais!
    Parabéns

    Beijos e um excelente sábado

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  6. Ricordi dell'infanzia, fondamentali nella nostra vita, per un pensiero poetico di rara bellezza
    Buon fine settimana e un saluto, Pedro,silvia

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  7. Ritrovare la propria innocenza guardando una vecchia casa...Versi colmi di nostalgia e bellezza interiore.
    Grazie!

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  8. Tudo, quando somos crianças, têm uma dimensão muito grande, maior do que realmente é. Temos a inocência a nosso favor e ainda não absorvemos nada das oferendas da vida, sejam elas boas ou ruins. Nossa casa era enorme; nossos pais eram os super-heróis que tudo podiam; nossa professora era o máximo; nossas férias não tinham iguais e nossos amigos eram fiéis demais! E nossos afetos eram gigantescos!
    Hoje, temos a dimensão exata das coisas porque aprendemos a arte de comparar. E comparações, às vezes, são um desastre para quem quer ainda, sonhar...
    Belo poema que dá várias interpretações!
    Beijinhos, Pedro, da sala daqui do lado!!

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  9. Como entendo este belo poema!...
    Abraço e bom dia.

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  10. OLÁ PEDRO,

    a cada nova poesia você se supera.

    Excelente!

    Lembro sobre postagem nova no nosso blog, HUMOR EM TEXTOS.

    Abração carioca.

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  11. Poema belo, que nos remete a saudade. Parabéns.
    Grande Abraço.

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  12. a água dos dos "rios da infância" correm e não voltam, Pedro.
    e que bom seria poder mergulhar neles, novamente. mas não!

    fica apenas o fogo ( e a água ) que timbram o carácter.

    belo e sensível Poema, meu amigo

    afectuoso abraço

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  13. O mundo visto com olhos de criança... parece tão grande... e depois vai mirrando, à medida que a vida vai acontecendo... tal como muitos sonhos...
    Um poema muito belo, Pedro! Parabéns!
    Um grande abraço! Bom fim de semana!
    Ana

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  14. Olá, Pedro. Obrigada pela visita.

    Nunca tiramos do coração a casa da nossa infância. Belo poema, Pedro.
    Um abraço.

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  15. Muy hermosas tus letras querido amigo, ha sido un placer conocer tu espacio.
    Besos

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  16. Qué bonito poema Pedro! Esa vuelta al hogar, la añoranza del lugar donde nos criamos, las sonrisas, las tristezas, todo un conjunto de emociones que nos hacen sentir aquel niño-a que fuimos y que, a decir verdad, no deberíamos perderlo nunca...llevarlo dentro de nuestra memoria siempre. A veces echamos la vista atrás y nos entra la añoranza porque esa casa grande ahora está vacía por la falta de nuestros mayores que siempre nos recibían en nuestras visitas tras la emancipación.
    Saludos.

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  17. A visão de criança cheia de fantasias, de beleza, ou medo, que se perdem no tempo enquanto crescemos. Seu belo poema mostra a saudade dessa inocência que a vida levou e que percebemos irrecuperável.
    Gerou esse belo poema Pedro, acho que todos temos em nossa saudade uma 'casa de pedra'.
    Grande abraço, Léah

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  18. Un hermoso poema donde surge el niño que llevamos dentro para recordar los lugares de nuestra infancia, cuando se ve la casa donde se vivieron tan bellos momentos y todo parece tan grande.
    Muy bonitos estos recuerdos de un pasado.
    Un abrazo Pedro.

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  19. È sempre emozionante rivedere i luoghi della nostra infanzia, e tu hai descritto bene questa emozione.
    Felice domenica
    enrico

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  20. Boa tarde, Pedro.
    Tudo se transforma, fato.
    Talvez consiga se aproximar da "casa" como o menino que era, talvez fique na lembrança gostosa da mente e pincelada em cores no seu coração.
    Tudo é mutável, assim somos nós também.
    Certeza eu tenho, de que vislumbrar, ainda que ao longe, conseguirás.
    É só abrir o portal das emoções, sentindo uma pequena diferença, contudo, verás a essência do menino de décadas atrás.
    Beijos na alma, querido.

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  21. A espontaneidade e fantasia de criança que se perde enquanto crescemos dando lugar a outros pensares e sentires. Se abrires a chave do coração e deixar a emoção sair com certeza adentrará nos sonhos de um tempo e lugar onde se foi feliz
    Uma tarde iluminada e feliz
    Um abraço amigo Pedro

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  22. Sin duda, Pedro, hay recuerdos de la infancia que son inolvidables, pero no todos podemos ponerlos en poesía con tanto arte. ¡Felicitaciones!

    Abrazo santiaguino.

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  23. Qué bello poema.
    Qué bien describe los sentimientos del reino perdido de la infancia, los juegos y sueños. La maravilla del creer.

    Afortunados quienes lo vivimos.

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  24. Bom dia, Pedro,belas recordações, sei bem o que é sentir as lembranças da infância.A sua casa de pedra, lhe parecia enorme, pois ela é vista por uma criança com um ser vertical, e se eleva, e não deve esquecer que são estes valores que se comunicam com sua alma.Uma lembrança boa que se recupera através de memórias, mesmo que os bicos pontiagudos da ave de rapina os leve para longe, a lembrança sempre voltará da sua amada casa de pedra. Lindo! Abraço!

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  25. O regresso à infância é sempre um caminho retemperador. Por vezes dói, mas gostamos tanto de saltar o muro e ir até lá!
    Gostei muito, Pedro.
    Beijinho.

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  26. Caro Pedramigo

    Que belo poema, Pedro. Belo e comovedor porque o regressar à infância sendo impossível é a arte do verso que tudo permite mesmo chegar a dar a volta ao Universo

    Há poemas medíocres, poemas suficientes, poemas bons e poemas óptimos. Mas se há poemas extraordinários- é o caso deste. Eu diria mais: é um poema hiperbólico que nas asas de um sonho nos faz entender o que é o voo e também a vida

    Meu Amigo Pedro és Luso porque os Portugueses persistem em ser poetas.É óbvio que Pessoa, Drummond, Camões e Cecília navegaram até o Olimpo, mas acredito que tu fazes parte desse elenco. Não foi o Filho de Deus que subiu ao céu; tu também o fizeste, fazes e farás essa viagem enigmática e esplendorosa, contradição que tu, Pedro, consegues cantar. Obrigado pela tua dádiva, Pedro. Receio de te acompanhar. Porquê? Porque sou um modesto cidadão da plebe, sem justa nem Excalibur, nem armadura, muito menos Artur da Mesa Redonda.

    Um grande abraço meu Amigo Pedro.

    Henrique, o Leãozão

    Será com prazer e honra que te ver visitar e quiçá comentar nar `NOSSA TRAVESSA

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  27. Que belo poema, meu Amigo Pedro! A casa da infância. O menino que cresceu e brincou e aprendeu a vida por lá. E ficou lá tudo, na casa de pedra, tudo menos a memória da sua inocência...
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  28. Pedro:
    por desgracia, la casa de nuestra infancia nunca será la mismo, aunque la volvamos a visitar.
    Abraços.

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  29. Embora fique para sempre guardada no nosso coração, a magia e encanto que tinha a casa da nossa infância, vai-se desvanecendo com o passar dos tempos.
    Belíssimo poema.
    Um abraço
    Maria de
    Divagar Sobre Tudo um Pouco

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  30. Um poema que mexeu comigo, pois quando vejo a casa onde morei com meus avós maternos, dá-me vontade de chorar. Está a cair e nem telhado já tem. Adorei o teu poema. Pedro, boa semana e beijos com carinho

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  31. Anônimo07:42

    Bom dia Pedro, o saudosismo e as emoções contido em seus versos tocam fundo a alma da gente, o poema todo é grandioso, destaco >>>
    "Falta-me o fôlego. No peito
    garras ferem – emoção e dor.
    Levou o sonho, ave de rapina."
    Parabéns por tão bela obra com a marca das suas digitais, bem como a prazerosa leitura que muito gostei!
    Agradecida pela benfazeja visita ao meu blog.

    Desejo uma linda semana.
    Abração!

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  32. Pedro
    Só título a "Casa de Pedra" é apelativo à leitura do excelente poema - recordação de infância.
    Abraço

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  33. Oi, Pedro, belo poema de uma lembrança eterna...a casa de nossa infância não sai de dentro de nós e está sempre a um passo da nossa saudade.
    Um abraço

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  34. Una bella nostalgia. Emocionante y bello poema.
    Un beso

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  35. Também tenho uma casa de pedras destas igual a tua.
    Não encontrei a criança que fui
    Mas me encontrei.,

    um grande abraço

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  36. Tienes un bonito blog lleno de buenos poemas, me quedo por aquí, saludos

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  37. Una imagen muy bella nos introduce en el pensamiento poético que se va desgranando hasta alcanzar estos exactos versos llenos de significado y también de dolor:

    Posso, homem de tantos caminhos,
    ser de novo aquele menino
    dessa casa – reino perdido?

    Falta-me o fôlego. No peito
    garras ferem – emoção e dor.
    Levou o sonho, ave de rapina.

    Saludos muy afectuosos y cordiales. Franziska

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  38. Nunca nos esquecemos da casa da nossa infância.
    Que vai ficando cada vez mais pequena à medida que crescemos.
    Magnífico poema, parabéns.
    Bom resto de semana, caro Pedro.
    Um abraço.

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  39. Maravilhoso!
    Também a tela é fantástica!
    Abraço

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  40. Um belo poema amigo Pedro que nos faz revisitar a nossa casa de infância.
    Um bom fim-de-semana.

    Andarilhar
    Dedais de Francisco e Idalisa
    O prazer dos livros

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  41. Mais um lindo poema, Pedro.
    Parabéns pelas suas ótimas criações!
    Obrigada.
    Um abraço

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  42. Boa tarde Pedro.
    Mas um grande poeta que a blogosfera me deu a possibilidade de conhecer, depois que conheci o seu espaço. Achei a sua poesia intensa, o que me fez relembrar a minha inocência nós tempo de crianças e o meu lar onde cresci. Um lindo dia.
    Abraços.

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  43. Pois é Pedro viajei na sua poesia, revi o filme na Terra dos gigantes e sorri.
    Perde-se tudo nesta vida, mas quando os sonhos vão se despedindo, fica em nós um vazio, uma decepção imensurável.

    Bel trabalho amigo

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  44. Bom dia amigo Pedro,
    Que linda viagem ao passado da infância, se o sonho se foi, veio a poesia preencher o vazio. Um primoroso poema com a marca das suas digitais.

    Tenham um ótimo dia Pedro!
    Bjs no coração!

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muito obrigado pela sua leitura e comentário.
Meu abraço a todos os amigos.

Pedro Luso de Carvalho