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28 de nov. de 2012

[Poesia] FERNANDO PESSOA – Canção




           – PEDRO LUSO DE CARVALHO

FERNANDO PESSOA nasceu em Lisboa, a 13 de junho de 1888; órfão de pai antes de completar os seis anos; depois de a mãe ter casado pela segunda vez, a família passou a morar em  Durban, África do Sul,  onde o seu padrasto João Miguel Rosa exercia o cargo de cônsul de Portugal. Aí realizou os estudos primário e secundário. Em 1905, retornou sozinho a Lisboa.
Com residência fixa em Portugal, redescobre sua cultura e literatura: Cesário Verde, Antônio Nobre, Antero de Quental, Camilo Pessanha. E 1906, matricula-se no Colégio Superior de Letras, em Lisboa, que abandona em seguida, e começa a alimentar arrojados planos, literários e outros, nunca realizados na íntegra.
Após o fracasso comercial de sua “Empresa Íbis – Tipografia e Editora”, experiência em que mais tarde reincidirá, emprega-se como correspondente de firmas estrangeiras sediadas em Lisboa, modéstia atividade que lhe garantirá o sustento até o fim de sua vida. (Fernando Pessoa morreu em Lisboa, em 30 de novembro de 1935). 
Segue o poema Canção, de Fernando Pessoa (In Fernando Pessoa/ Poesia/1918 - 1930. São Paulo: Cia das Letras, 2007, p. 115):

                   
 CANÇÃO

– FERNANDO PESSOA



Sol nulo dos dias vãos,
Cheios de lida e de calma,
Aquece ao menos as mãos
A quem não entras na Alma!

Que ao menos a mão, roçando
A mão que por ela passe,
Com externo calor brando
O frio da alma disfarce!

Senhor, já que a dor é nossa
E a fraqueza que ela tem,
Dá-nos ao menos a força
De a não mostrar a ninguém!



15-1-1920


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Pedro Luso de Carvalho