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15 de jan. de 2012

[Crônica] CLARICE LISPECTOR – A Vida Sobrenatural



   
PEDRO LUSO DE CARVALHO

CLARICE LISPECTOR (1920-1977) faz sua estreia na literatura aos 24 anos de idade, com o romance Perto do coração selvagem. Em 1940 já exercia a profissão de jornalista. Após a conclusão da faculdade de Direito, casa-se com o seu colega de curso, Maury Gurgel Valente, em 1943. Passa então a acompanhar o marido, que havia ingressado na carreira diplomática, em alguns países em que esteve representando o Brasil.
Em 1960, Clarice Lispector edita Laços de família, o seu melhor livro de contos. O seu melhor romance, A paixão segundo G.H, foi publicado em 1964. Outro inspirado romance da escritora, Água viva, foi editado em 1973, após ter-se separado do marido.
 Depois da separação, Clarice viria passar por momentos difíceis: um incêndio em seu quarto, provocado por um cigarro aceso, causa-lhe sérias queimaduras, que a leva a ficar hospitalizada por três dias, em estado grave; mais tarde, é acometida por forte depressão. Em 1977, escreve a novela A hora da estrela, mais uma obra importante.
 Segue. de Clarice Lispector a crônica A vida sobrenatural (In Clarice Lispector. Aprendendo a viver. Rio de Janeiro, Rocco, 2004, p. 70):


[ESPAÇO DA CRÔNICA]



 A VIDA SOBRENATURAL

 – Clarice Lispector



Refletindo um pouco, cheguei à ligeiramente assustadora certeza de que os pensamentos são tão sobrenaturais como uma história passada depois da morte. Simplesmente descobri de súbito que pensar não é natural. Depois refleti um pouco e descobri que não tenho um dia-a-dia. É uma vida-a-vida. E que a vida é sobrenatural.



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Pedro Luso de Carvalho