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18 de nov. de 2012

[Poesia] EDGAR ALLAN POE – A Zante


– PEDRO LUSO DE CARVALHO

Edgar Allan Poe (1809 - 1849) foi um escritor, ensaísta e poeta genial. O talento desse norte-americano nascido em Baltimore foi reconhecido primeiramente pelos homens de letras da culta Paris, graças a Charles Baudelaire, que com outros os escritores franceses eruditos, levaram a sua obra para o interior da França, daí rompendo as fronteiras de muitos outros países da Europa. E tudo isso aconteceu ainda quando Poe vivia o que não ocorreu nos Estados Unidos, sua pátria, onde era quase um desconhecido; o reconhecimento do seu talento, em seu país só viria nos dois anos que antecederam sua morte (tinha 40 anos de idade, quando faleceu), mesmo tendo sido ele o primeiro autor verdadeiramente americano, como disse William Carlos Williams.
Segue o poema A Zante, de Edgar Allan Poe, que integra o livro Poemas e Ensaios/Edgar Allan Poe. Tradução de Osmar Mendes e Milton Amado. Revisão e notas de Carmen vera Cirne Lima. 3ª ed. revista. São Paulo: Globo, 1999, p. 49:
  
         A ZANTE
 EDGAR ALLAN POE

Linda ilha, que às mais belas das formosas
flores pediste o nome, que é o mais lindo,
quantas recordações de horas radiosas
nos veem, se à nossa vista vai surgindo!

Quantas cenas perdidas de ventura!
Quanta esperança nas saudades morre!
Quantas visões daquela virgem pura
que teus outeiros já não mais percorre!

Não mais! Ai! como a frase triste er mágica
tudo altera! Não mais os teus fulgores
recordarei! Não mais! Paragem trágica,

sê maldita em tuas praias e em tuas flores!
ó ilha de Jacinto! ó rubra Zante!
“Isola d’oro! Fior di Levante!”

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Pedro Luso de Carvalho