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14 de mar. de 2016

[Poema] PEDRO LUSO- Por onde andei




   POR ONDE ANDEI
         – PEDRO LUSO DE CARVALHO


Em tudo tocaram os meus pés,
pelos caminhos por onde andei:
no nobre jacarandá,  
na preciosa esmeralda,
no viscoso barro, também pisei.

Pela ventura de ter o que preciso
– se merecido não sei – não pensei
no desperdício, nem nas bocas secas
de sede e fome de tantos esfarrapados
aqui vivendo à sombra de rota bandeira.


*  *  *


41 comentários:

  1. Meu caro amigo Pedro, pois é, as bocas secas e famintas têm aumentado tanto, mas há quem diga que apesar de toda lama, houve avanço social, a miséria foi empurrada para longe , etecétera e tal...
    Um abraço. Tenhas uma boa semana.

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  2. Hoje encontrei o lado poeta do amigo e não o de contista e posso dizer que ambos são primorosos.
    Depois de muito tempo afastada voltei, Pedro e estou de casa nova. Se desejar conhecer passe por lá. A essência é a mesma, mas o recinto está diferente.

    Um abraço!

    momentosbrancoepreto.blogspot.com

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  3. Um belo chamado à consciência...Ao exame de ver o que precisamos ou não...Rever os desperdícios, arrependimento e aprendizado, para não mais repeti-los. As consequências já se veem...

    abraços, linda semana,chica

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  4. Oi Pedro,
    Linda poesia,
    Você pisou em quase tudo, só não pisou em chão pedregoso. Que culpa você tem se nasceu num berço de balanço?
    Adorei a poesia
    Abraços
    Lua Singular

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  5. Anônimo14:21

    poema inconformado.

    gosto.

    abraço

    M.V.

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  6. Cercando di capire il portoghese con l'aiuto di un traduttore, mi rendo conto di quanto belli e armoniosi sono i tuoi versi.

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  7. Sempre speciali, e di bella lettura, le tue composizioni poetiche
    Felice sera e un caro saluto,Pedro,silvia

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  8. Una introspeccion que nos conviene a todos realizar.
    Un abrazo

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  9. Um belo poema que, interpreto se inserirá nas criticas ao momento social de que Brasil se faz eco que chega a Lisboa, numa grande manifestação da grande comunidade brasileira.
    Bandeira rota é apenas simbolismo, essa não se romperá.
    A comentar Baíha e a lenda, no meu blog, BRASIL: O SORRISO DE DEUS, que se vai encaminhar para ser história pós cabralina do Brasil.
    http://amornaguerra.blogspot.pt/


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  10. Lindíssimos versos, a vida tem disso, vamos indo errando e aprendendo, com o tempo se muda os valores, embora os que já os tenha de berço, pode sentir e perceber o que é certo e errado, não sair do caminho para não ter de pagar, por aqui mesmo as consequências dos maus atos!
    Amei ler, muito sentido em tudo, és poeta sensível, usa bem as palavras!
    Abraços apertados!

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  11. Estar conforme con lo que se tiene, hermoso es.
    Un abrazo.

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  12. Uma vida que ficou para trás, trazendo no presente reflexão.
    Gostei!...
    Um abraço.



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  13. Un gran poema. Muy bello.
    Un abrazo

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  14. Boa noite Pedro.
    Que belo poema, relatando uma triste realidade, a vida é uma escola, que nós ensina a sempre evoluir, hoje eu também procuro não desperdiçar, olhando para as necessidades dos menos favorecidos. Uma linda semana para você meu querido amigo e para a Tais. Enorme abraço.

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  15. Não fazemos ideia do quanto é dura essa realidade...
    Abraço, Pedro!

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  16. Talvez uma sentida homenagem ao povo brasileiro, que tudo tenta, tudo percorre, em busca do que precisa; do necessário e do sonho. Mas existe uma elite política indiferente à sede e à fome "de tantos esfarrapados".
    No fundo a necessidade de um novo rumo, e de uma nova bandeira como metáfora para um novo país.
    Belíssimo poema, Pedro.
    Uma boa semana.
    xx

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  17. Un hermoso poema en donde marcas la belleza y el barro y a la vez son lo mismo debajo de la bandera que sea, una pena que el ser humano no dé mas de si mismo sin esperar de gobiernos. Los gobiernos ya en el poder olvidan a los pobres. Un abrazo Pedro.

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  18. Bom dia
    Um regressar no tempo e refazer uma pequena parte do nosso passado.
    Gosto do poema e deste regresso que se torna num presente vivo.
    Não podemos segurar o tempo, mas podemos recordá-lo no tempo que nos sobra.
    Obrigado por se ligar a Madrugadas.

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  19. "Pisé la flor, la joya, el barro... pero lo conseguí".
    Caramba, Pedro! Inquietante.

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  20. Bonito poema, uma interessante conjugação de palavras!
    Imaginário nessa tela? Está fantástica!
    Abraço

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  21. Oi amigo, que lindo poema!
    Vim lhe desejar uma ótima semana, abraços!

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  22. Poema que incita à reflexão e à sua admiração, pela beleza.
    Beijo*

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  23. Olá Amigo poeta e contista sem dúvida ótimo nas duas "causas".
    Só observamos a vida quando adquirimos maturidade e aí resolvemos que estávamos errados e que falhamos, o que não é verdade só aprendemos depois de experiências vividas.
    O poema ficou maravilhoso bem dentro do contexto atual de nosso pobre País, embora rico.
    Parabéns, grande abraço,
    Léah.

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  24. Um excelente e belo poema meu amigo.
    Um abraço e continuação de uma boa semana.

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  25. Lindo dia!!!!!!!!! Beijos

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  26. Un bello poema lleno de sabiduría.
    Me ha hecho reflexionar...
    Abrazos.

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  27. Olá amigo. Antes de mais quero agradecer a tua presença no Comecar de Novo. Já me fiz tua seguidora. Como deves ter percebido, tenho uma ligação forte ao Brasio, onde vivi muitos anos, onde nasceram os meus filhos e onde tenho os meus pais, irmão e respectivas familias. Passei aí três meses, voltando no passado 13 de Janeiro.
    A tua poesia chegou-me como um lamento, uma verdadeiro pedido de socorro; viemos para a caminhada da vida e cá vamos andando até que a vida decida a hora de abalar; houve, há e continuará a haver bocas famintas, figuras esfarrapadas com frio e sem tecto. Fechamos os olhos na maioria das vezes, como se sentissemos vergonha desses seres. Devemos mesmo ter vergonha, porque, embora não possamos mudar o mundo, podemos sempre fazer alguma coisa e nem sempre o fazemos. Os governantes esses, tanto aí, quanto aqui,estão preocupados com o poder e o mundo das finanças, não se esquecendo nunca de colocar algum dinhiro nos seus bolsos. Não sei se algum dia isso mudará.
    Gostei muito deste momento e espero que voltes a visitar-me. Com certeza que virei aqui outras vezes. Um beij7nho
    Emilia

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  28. Oi Pedro, que lindo poema.
    Uma ótima reflexão para os momentos que estamos enfrentando,
    devido a falta de consciência, dos que poderiam melhorar um pouco
    desta ainda tão bela paisagem.
    Obrigado pelo teu comentário.
    Abraços,
    Mariangela

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  29. pois é, um poema que nos remete a reflectir.
    muito bom!
    a imagem também é muito bela.
    beijo
    :)

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  30. Belo e forte poma de insurgimento.
    Parabéns, Pedro, por este sentido momento poético.

    A tela é fantástica.

    Abraço.

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  31. Cuando escribes en verso, tengo más dificultades de comprensión que si lo haces en prosa, pero, aún así, creo entender que es una llamada de atención hacia aquellos que no les importa pisar todo lo que entorpezca su paso, con tal de lograr lo que se han propuesto y que siempre sea en su propio beneficio.
    Tratas de despertar las conciencias de todos aquellos que las tienen aletargadas de no utilizarlas.
    Cariños.
    Kasioles

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  32. Aplaudo você, Pedro. São grandes as verdades contidas em seus versos. Não são apenas os políticos que ignoram os necessitados, mas no momento atual são os que sofrem que deveriam ver quem deles está tirando tudo. E onde vão chegar? Neles! Abraço.

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  33. Mensagem muito boa.

    Tudo de bom

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  34. Uma inspiração que toca e cala fundo...parabéns pelo sensível poema! abraços, ania..

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  35. Muito interessante Pedro esta sua inspirada olhada sobre o social e o nosso cotidiano. Engraçado que venho lá da Taís numa critica ao cotidiano e vejo aqui uma certa relação.Coisa da sensibilidade aguçada faz esta construção tão real em reflexão e bela da escrita.Ilustração bela nesta tela.

    Um bom fim de semana e meu terno abraço amigo.

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  36. Olá, caro Pedro.
    Na vida encontramos disparidades abissais entre um mesmo metro quadrado.
    Da mesma forma que encontramos tanta surdez aos lamentos do outro, tanta cegueira às quedas e dificuldades do outro ( veio-me agora à lembrança, em fugida, "O ensaio sobre a cegueira" - obra de Saramago, feita em filme pelo brasileiro Fernando Meirelles e a célebre frase de Maria Antonieta, ante a miséria do povo que, displicentemente terá dito "se o povo não tem pão que coma brioches" - e tantos outros exemplos que poderíamos enumerar, ao longo da História).
    Mas, pior do que essa insensibilidade e irresponsabilidade, é, para além de não pensarem "nas bocas secas de sede e fome", usarem de suas colocações privilegiadas para usurparem o que seria para matar a sede e fome dos desgraçados que não tiveram a "ventura" de caminhar sobre nobre jacarandá.
    Há coisas impossíveis de aceitar.

    abç amg

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  37. Pedro, sabes que tenho preferência pelos poemas sociais, vejo neles o descaso, a injustiça, o deboche e o desleixo ao tratarem os menos afortunados. O que é indigno ao nosso povo é que a maioria conhece apenas o pisar e o sentir do barro, do lamaçal. E alguns são engolidos pelas areias movediças.
    Ótimo esse teu poema, e tão atual, não?
    Beijinho!!

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  38. Oi amigo, ótimo poema!! Que aventura!!
    Vim lhe desejar uma excelente semana, abraços e fique com Deus!!

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  39. Pois, meu caro, as coisas parece que não vão bem, por aí...
    É de gente qua não pensa na ventura de olhar as flores do jacarandá.
    Só o dinheiro é que conta!
    Um abraço!

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  40. Nos encontramos afiados, com olhos abertos, lanternas (panelas) nas mãos. Dando vozes a nossa voz. Acordamos! -Será? Seu poema atualíssimo ,seria também tão precioso em tempos passados a contar do Descobrimento... As peculiaridade desses tempos- presente e passado são tão iguais que sinto-me pessimista quanto ao futuro de nossa “rota bandeira”. Que cores terá, que não se assemelhem a cor do “ barro” que pisamos ou haveremos de pisar ainda. Apesar da triste realidade que vivemos e parece não ter fim, a poesia salvaguarda beleza, profundidade e muita sensibilidade ao seu tocante poema que nos fez refletir . Parabéns!

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muito obrigado pela sua leitura e comentário.
Meu abraço a todos os amigos.

Pedro Luso de Carvalho